Aftas: serão sempre inofensivas?
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Quem nunca teve uma afta? É algo que, com mais ou menos frequência, acaba por nos tocar a todos ao longo das nossas vidas. Mas, apesar de as aftas não lhe serem desconhecidas, sabe como se formam? E conhece os vários tipos que existem? Neste artigo, aprenda o que deve fazer para que as aftas não se tornem num obstáculo ao seu bem estar.
O que são?
As aftas são pequenas úlceras que podem surgir na mucosa bucal. São uma resposta inflamatória do organismo a um ou mais estímulos internos ou externos. Podemos desenvolver aftas na língua, nas gengivas, na garganta e até nos lábios. As aftas podem ainda surgir agrupadas, em vários pontos em simultâneo ou até individualmente.
Regra geral, uma afta é uma lesão benigna e não apresenta sinais de infeção. No entanto, podem ser dolorosas e provocar, numa fase inicial, uma sensação de ardor localizada, o que acaba por ser muito incómodo.
Como sabemos se temos uma afta?
É algo relativamente simples de identificar: no tipo de aftas mais comum, as lesões caracterizam-se por um pequeno relevo redondo, com um centro que pode ser esbranquiçado ou amarelado, e com margens vermelhas. Os sintomas associados a estas lesões são, normalmente, algum inchaço localizado na zona onde se irão formar, ardor e dor.
Que tipos existem?
Podemos dividir as aftas em, essencialmente, três tipos distintos:
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Minor - São o tipo mais comum. Caracterizam-se por ser lesões superficiais que podem ter entre 5 a 7mm de diâmetro. Surgem normalmente em tecidos moles, como as gengivas e a língua, desenvolvendo-se muito raramente no céu da boca. Não necessitam de tratamento, desaparecendo espontaneamente ao fim de 8 a 10 dias;
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Major - Talvez o tipo menos frequente deste género de lesões. São das aftas mais incómodas e que podem suscitar maior preocupação. São lesões que podem ter entre 10mm a 30mm de diâmetro. Surgem mais frequentemente nos lábios, interior da bochecha e junto à garganta, e têm margens mais irregulares do que as lesões do tipo minor. Desaparecem ao fim de duas semanas e, infelizmente, podem deixar cicatriz;
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Estomatite aftosa recorrente - A estomatite aftosa é um problema de Saúde Oral que deve ser acompanhado por um Médico Dentista. Caracteriza-se pelo aparecimento de várias aftas que não apresentam relevo e surgem agrupadas. Cada lesão pode ter entre 1 a 2mm de diâmetro. Pessoas com estomatite aftosa, normalmente, desenvolvem estas lesões de forma recorrente. Este problema está associado a sintomatologia muito dolorosa. Atualmente, tirando uma associação a factores hereditários e doenças do sistema imunitário, não se conhecem causas diretas para a estomatite aftosa.
Quais são as causas das aftas?
Estas úlceras ou lesões são, habitualmente, multifactoriais. Ou seja, podem ter várias causas. De entre as principais, destacam-se:
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O stress;
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Hábitos tabágicos;
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Mordidas acidentais;
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Alterações hormonais;
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Falta de nutrientes como o ferro, o ácido fólico, ou a vitamina B12;
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Consumo de alimentos alergénios, como o ananás, as nozes, o chocolate e alimentos com glutén;
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Alterações no pH da boca, devido, por exemplo, ao consumo de alimentos ácidos;
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Algumas doenças autoimunes e medicamentos imunossupressores.
Em que situações é que devemos preocupar-nos com as aftas?
Na maioria das situações, uma afta é algo inofensivo, não havendo qualquer motivo para alarme. Mas quando se torna algo persistente, deixa de ser um transtorno e passa a ser um problema. Sendo necessário recorrer a ajuda especializada não só para conseguir tratamento como para despistar a causa subjacente. Como vimos anteriormente, aftas podem ser uma consequência de algumas doenças autoimunes, pelo que quando são prevalecentes requerem uma avaliação clínica e diagnóstico.
Devemos procurar ajuda médica quando o problema se prolonga para lá das três semanas sem apresentar quaisquer melhorias.
Como podemos tratar as aftas?
Como vimos, habitualmente, uma afta desaparece ao fim de alguns dias, não necessitando de grandes cuidados. Mas quando se tornam num transtorno persistente, o seu Médico Dentista poderá prescrever-lhe anti-inflamatórios de ação tópica, como alguns corticosteroides, ou algum tipo de antifúngico se se suspeitar de origem fúngica.
O que podemos fazer para evitar o problema?
A probabilidade de passarmos a nossa vida inteira sem nunca desenvolver uma afta é muito baixa. No entanto, há alguns cuidados que podemos ter para que elas surjam com menos frequência:
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Ter uma dieta equilibrada;
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Não fumar;
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Evitar o consumo frequente de alimentos alergénios;
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Beber água com frequência;
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Ter cuidados diários de higiene oral.
De um modo geral, as aftas são apenas algo incomodativo que podemos ter ao longo da vida e que desaparece ao fim de pouco tempo. Mas quando passam de incómodo a problema, é necessário tomar medidas não só para as tratar como para despistar a causa subjacente.
Se as aftas são um obstáculo na sua vida, contacte o seu Médico Dentista. Hoje em dia, não existem motivos para ter de suportar este problema. Procure soluções especializadas, à medida do seu caso.
Artigo publicado pela primeira vez em setembro de 2020 e revisto em setembro de 2021.
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