Mandar os dentes à fava…
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É do tempo da fava no bolo-rei? Nunca lhe aconteceu "encontrar" o brinde com os seus dentes? Então já deve conhecer pelo menos um dos motivos por detrás de o bolo-rei já não ser o que era…
O Bolo-rei e a fava.
Até há uns anos, o bolo-rei era comercializado com uma fava ou com um brinde de metal ou cerâmica no seu interior. Esta tradição terá sido iniciada na segunda metade do século XIX, quando a receita desta sobremesa natalícia foi introduzida em Portugal, vinda de França.
De acordo com a tradição, antigamente, quem comesse a fatia de bolo-rei que contivesse a fava teria a responsabilidade de comprar o bolo no ano seguinte. Um costume que durante muitos anos divertiu muitas famílias em Portugal. Mas que também deu origem a alguns constrangimentos, tendo sido extinguido pelo decreto-lei nº291/2001 que diz que:
“É proibida a comercialização de géneros alimentícios com mistura directa de brindes.”
O decreto prevê ainda como únicas exceções a esta proibição “os utensílios que se destinem à preparação e dosagem dos géneros alimentícios desde que dessa mistura não resultem riscos no acto de manuseamento ou ingestão para a saúde ou segurança dos consumidores, nomeadamente asfixia, envenenamento, perfuração ou obstrução do aparelho digestivo.”
A “fava dos dentes”.
Mas que constrangimentos poderiam justificar a proibição de uma tradição secular? Lendo estes parágrafos do decreto, conseguimos imaginar quais.
Os nossos dentes são utensílios perfeitos para mastigar uma série de alimentos. Mas não estão preparados para trincar algo tão rígido quanto uma fava crua e desidratada. Ao longo dos anos, foram sendo partilhadas muitas histórias de pessoas mais distraídas que trincaram o bolo-rei com toda a confiança e acabaram com dentes partidos ou lascados.
Pior que isso, como as favas e os brindes escolhidos eram objetos pequenos, o risco de asfixia era muito elevado, tendo-se registado alguns episódios perigosos que acabaram em pesadelos nas urgências. Postos estes riscos, foi necessário tomar medidas para que a quadra natalícia não fosse interrompida por estas “surpresas” terríveis.
Então o bolo-rei de hoje em dia não faz mal aos dentes nem é perigoso?
Isso é discutível. Mesmo sem brinde, o bolo-rei continua a ser um dos piores doces de Natal para a Saúde dos nossos dentes e gengivas. Ainda que a massa do bolo em si não contenha muito açúcar, comparativamente com outros doces, o bolo-rei tradicional é ricamente recheado com frutas cristalizadas.
Para além da quantidade de açúcares que estas frutas têm, a sua consistência faz com que adiram mais facilmente à superfície dos nossos dentes, sendo mais difícil remover estes resíduos. O que pode resultar no desenvolvimento de cáries, se os cuidados de higiene oral não forem reforçados e se não usarmos o fio dentário antes da escovarmos os dentes.
Se gosta de bolo-rei, este Natal não deixe de comer uma fatia ou outra para assinalar a quadra. Mas tenha atenção às suas rotinas de higiene oral! Antes de atacar os doces, certifique-se de que não tem problemas em boca, uma vez que tenderão a agravar-se graças aos menus típicos desta altura do ano.
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Este Natal, desfrute do que mais gosta, mantendo os cuidados de que precisa para não ter preocupações!
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